“ESCOLA DE PATINAGEM EM CLUBES”
As modalidades desportivas são também um meio de educação, e por isso, disciplinas de ensino que se constróem de uma forma independente.
Há no seio das actividades patinadas três modalidades distintas nos objectivos a alcançar, mas todas com base na aprendizagem da patinagem. São elas a Patinagem Artística, a Patinagem de Velocidade e o Hóquei em Patins.
Depois do domínio do patim em função das tendências, cada um segue o percurso a que cada disciplina obriga.
Sendo o trabalho de base (denominado como Tronco Comum) igual para as três modalidades atrás descritas, a primeira parte do documento presente serve o objectivo.
A Patinagem, é considerada por especialistas de todo o mundo como das actividades físicas mais completas, sobre todos os pontos de vista particularmente no desenvolvimento Físico / Psico- motor dos jovens.
As suas faculdades formativas representam um factor importante no desenvolvimento físico e intelectual dos jovens. Com efeito a capacidade de concentração, o poder imaginativo, o sentido de equilíbrio, a rapidez de raciocínio, o crescimento, a manutenção harmoniosa do corpo e o trabalho em grupo, são alguns dos atributos essenciais que as modalidades da Patinagem, o Hóquei em Patins a Patinagem Artística e a Patinagem de Velocidade, proporcionam a quem as pratica com regularidade.
As Disciplinas Desportivas
Hóquei em Patins, Patinagem Artística e Patinagem de Velocidade, para serem um meio de educação e disciplinas cientificas deverão definir:
– O seu objecto ou seja, uma matéria própria de pesquisa que lhe assegure uma especialização, relativamente a outras disciplinas.
– O seu método isto é, os seus princípios e as suas regras.
– A sua terminologia, para definir claramente as duas noções sem ambiguidades.
– O seu objecto de ensino em conteúdos, construindo assim a sua didáctica própria
Para ser ministrada, não deve ser esquecida a importância, que o aspecto lúdico tem para a criança.
Quer isto significar um puro respeito pela formação integral do praticante.
A Actividade
O desporto contemporâneo é, cada vez mais um fim. Espelha humanização, sendo também, uma relação cada vez mais produtiva e geradora de interesses.
As modalidades desportivas de vanguarda, são assumidas como produtos, sustentam-se de formas de marketing apropriadas, captando investimento.
A Cultura
O contexto histórico, sociológico e até fisiológico do Hóquei em Patins na Península Ibérica acabou por construir um patamar para a forma de encarar o conhecimento.
Não podemos, só porque nos sentimos os melhores, julgar que já sabemos tudo. Ou, para quê preocuparmo-nos com o estudo e aprofundamento, se ao fim e ao resto somos os primeiros?
Temos que continuar a estudar o desenvolvimento da modalidade.
Por isso temos que saber:
O que se pretende:
Como modalidade desportiva
Temos que criar todas as condições para continuarmos a ser dos primeiros.
Como disciplina desportiva
É necessário que para o seu desenvolvimento sejam envidados esforços para que seja uma disciplina didáctica e pedagógica .
Qual a imagem pretendida
Necessariamente a da credibilidade.
A Escola
Formação e Ética Desportiva
É um processo de longo prazo, daí que não será de grande utilidade a formação ser entregue a pessoas de pouca qualidade.
Desporto Infanto / Juvenil
A especialização precoce, na generalidade, estraga o atleta para a formação / futuro.
O formador tem que ter capacidade e discernimento para pôr o Desporto ao serviço dos jovens, e nunca os jovens ao serviço do desporto.
O jovem tem que ser ensinado a superar-se. Tem que ser educado para os valores de respeito mútuo. Têm que perceber que campeão só pode haver um, os outros têm que continuar a trabalhar para que possam vir a sê-lo.
Treinador e Dirigente
Têm que ser bastante regrados nas actividades e nas expressões, porque elas são mais visíveis do que aquilo que é dito.
– o processo de formação não poderá nunca ser um processo de queimar etapas
– importa clarificar: – ética do esforço
– ética do respeito pelos outros
– ética não é dinheiro
– Formação – não significa só aprendizagem é necessário fazer formação social
– Formação – também cabe dá-la aos pais, no sentido de perceberem que não é por incentivarem os filhos com estímulos pecuniários ou outros que fazem deles grandes atletas. Cabe ao Treinador/Formador e aos Dirigentes darem os exemplos.
A Formação e o Modelo
A formação entre nós tem tido desenvolvimento sinuoso, apesar de os indicadores serem motivadores, no entanto, cremos que o modelo tem assentado muito mais numa dinâmica dos interesses, do que propriamente num modelo consistente do ponto vista do desenvolvimento desportivo.
Aos responsáveis compete estruturar formas adaptadas de modo a criar etapas sucessivas de um processo de desenvolvimento centrado no jovem praticante.
A formação desportiva de um atleta tem que ser entendida como uma actividade educativa realizada por etapas e concretizada a longo prazo.
Tendo em consideração que a fase de especialização só deve iniciar-se depois de transposta a barreira da eficácia, a qual se situa entre os 12 e os 14 anos, propõe-se que uma escola de – HOQUEI EM PATINS, de PATINAGEM ARTÍSTICA ou de PATINAGEM DE VELOCIDADE – tenha uma estrutura docente/treinadores com especialização para:
(Socorremo-nos de quadros emitidos em artigo do Prof. Luís Sénica, entre outros)
Baseado em vários autores ela desenvolve-se em:
– Fase 1
Estimulação motora ou fase generalizada /iniciação ou movimentos rudimentares / movimentos fundamentais
– Fase 2
Aprendizagem motora ou fase generalizada /formação atlética ou movimentos especializado. Transição /aplicação
– Fase 3
Prática motora ou fase especializada / especialização ou movimentos especializados / utilização ao longo da vida
– Fase 4
Especialização motora ou fase especializada / alto rendimento ou movimento especializados / utilização ao longo da vida
Filosofia de Treino
Especialização Precoce
– Melhores resultados aos 15/16 anos causados por uma rápida adaptação provoca:
– inconstância do desempenho nas competições
– Cerca dos 18 anos, muitos praticantes estão e abandonam a prática da modalidade
– Aumento do risco de lesões por causa da adaptação forçada Programa Multilateral
Programa Multilateral
– Progresso mais longo da performance
– Melhores desempenhos aos 18 anos e em idades maiores, ou seja, nas idades em que se atinge a maturidade fisiológica e psicológica
– Manutenção dos níveis de performance nas competições
– Vida desportiva mais longa
– Poucas lesões
A Cultura da vitória no desporto infantil causa diariamente danos, muitos deles irreversíveis, nos mais jovens praticantes.
A Sociedade moderna “ por acção do marketing “ não diferencia os gostos dos adultos do dos jovens. Este tipo de informação generalizada provocou o “desaparecimento da infância”, para além da pressão dos pais, treinadores, dirigentes, no sentido das vitórias a qualquer preço. Chamamos a atenção para a necessidade de cumprimento de preceitos importantes.
INICIAÇÃO
1 – Aplicação das habilidades genéticas no jogo
2 – Inicio no trabalho, das habilidades especificas
3 – Trabalho colectivo básico
DESENVOLVIMENTO
4 – Desenvolvimento genérico
5 – Desenvolvimento especifico
APERFEIÇOAMENTO
6 – Especialização
7 – Polivalência
Pelo que ficou descrito sugerimos um quadro técnico que consiga dar resposta ás exigências formulada.
HOQUEI EM PATINS:
Um Coordenador
Que terá por objectivo fazer evoluir a escola dentro dos padrões estabelecidos, os quais devem ter a participação de todos os intervenientes. “Cultura de clube”.
– Um ou mais treinador(es) (conforme o número de alunos) – para a iniciação à patinagem reflexos/reacções
– Um ou mais treinador(es) (conforme o número de alunos) – para o trabalho de desenvolvimento dos movimentos rudimentares – Escolares / Benjamins
– Um ou mais treinador(es) (conforme o número de alunos) – para o desenvolvimento dos movimentos das habilidades motorasfundamentais – Infantis
– Um ou mais treinador(es) (conforme o número de alunos) – para a “barreira de transição” – habilidades motoras de transição – Iniciados.
As Turmas devem ser constituídas por um máximo de 15 atletas.
É importante lembrar que nos escalões Escolares/Benjamins é obrigatório todos os atletas jogarem dentro do que está Regulamentado para este escalão. Para as categorias de Infantis e Iniciados também sugerimos que o princípio enumerado para os Escolares/Benjamins fosse adoptado o mais possível.
PATINAGEM ARTÍSTICA:
– Um Coordenador
Que terá por objectivo fazer evoluir a escola dentro dos padrões estabelecidos; os quais devem ter a participação de todos os intervenientes (cultura de clube).
– Um ou mais treinadores (consoante o número de atletas) para a iniciação à patinagem – reflexos / reacções;
– Um ou mais treinadores ( consoante o número de atletas) para o trabalho de desenvolvimento dos movimentos rudimentares – Iniciação;
– Um ou mais treinadores (consoante o número de atletas) para o desenvolvimento dos movimentos das habilidades motoras fundamentais – Pré competição / competição ( Infantis,Iniciados,Cadetes de primeiro ano);
– Um ou mais treinadores( consoante o número de atletas) para a “barreira de transição” / habilidades motoras de transição – Competição ( Cadetes de último ano e Juvenis de primeiro ano)
As Turmas devem ser constituídas por um máximo de 10/12 atletas.
PATINAGEM DE VELOCIDADE:
Tendo em conta e por comparação das técnicas base ( dos patins de rodas paralelas e em linha), verificamos:
– Existência de técnicas específicas para cada um dos tipos de patins;
– Os patins em linha permitem para igual tempo de prática uma aprendizagem mais rápida;
– Nos patins em linha existem técnicas de travagem em número superior para sobretudo olvidar a incapacidade de utilizar os travões com elevada eficácia;
As técnicas de deslize nos patins em linha executam-se sobretudo com base nos fitos/arestas e lâmina vertical;
– Os impulsos dados nos patins em linha recaem em todas as rodas, com incidência nos números 2 e 3 com os seus fitos/arestas internos e externos;
– De salientar que a passagem de um patim para o outro é mais fácil, e com maior sucesso, se o aluno já patina com rodas paralelas e transita para os patins em linha.
– Um Coordenador
Que terá por objectivo fazer evoluir a escola dentro dos padrões estabelecidos; os quais devem ter a participação de todos os intervenientes (cultura de clube).
– Um ou mais treinadores ( consoante o número de atletas) para a Iniciação à Patinagem – reflexos / reacções;
– Um ou mais treinadores (consoante o numero de atletas) para o trabalho de Desenvolvimento dos Movimentos Rudimentares – Iniciação;
– Um ou mais treinadores (consoante o numero de atletas) para o Desenvolvimento dos Movimentos das Habilidades Motoras Fundamentais – Pré Competição / Competição (Escolares, Infantis e Iniciados de primeiro ano);
– Um ou mais treinadores (consoante o número de atletas) para a “Barreira de transição” / Habilidades Motoras de transição –Competição (Iniciados de ultimo ano e Cadetes)
As aulas devem ser constituídas por um máximo de 10/12 atletas.
De referir que “ em nossa opinião “ em todas estas fases se deve privilegiar o trabalho a longo prazo, ficando relegado para segundo plano o Êxito desportivo.
Com isto, não se está a dizer para não se tentar ganhar, mas antes a dizer para não se tentar ganhar a todo custo.
Como já foi referido, a finalidade é ensinar os jovens atletas que em cada prova têm que se superar, de dar o seu melhor para que no fim se sintam realizados, independentemente do resultado final.
Com esta base estão criadas as condições para que venha a existir uma escola de sucesso trazendo ao interior do clube – DISCIPLINA DESPORTIVA, FORMAÇÃO E ÉTICA, FORMAÇÃO / MODELO E FILOSOFIA DE TREINO.