Partiu um campeão, no desporto e na vida
O hóquei em patins ficou mais pobre. Faleceu Leonel Fernandes, antigo internacional português, com um extenso palmarés.
Natural do Seixal, “Nhéu”, como era conhecido pelos amigos, representou os emblemas do Grupo Desportivo Mundet e do Grupo Desportivo da Companhia União Fabril (CUF), no qual se sagrou campeão nacional em 1965, juntamente com outras lendas da modalidade, como Zé António, o “Flecha”, o guarda-redes Vítor Domingos, entre outros.
Leonel foi um dos melhores jogadores do mundo. Foi internacional em 109 ocasiões, tendo apontado 120 golos com a camisola das quinas. Foi Campeão Mundial por duas vezes: em Santiago do Chile, em 1962; e no Porto, em 1968. Venceu três Europeus: no Porto, em 1963; em Lisboa, em 1965; e em Bilbau, Espanha, em 1967. Juntam-se a estes troféus duas Taças Latinas, quatro Taças das Nações e duas Taças Ibéricas.
Motivos mais do que suficientes para lhe ser erigida uma estátua e ter um pavilhão com o seu nome, o que aconteceu, no Seixal, em 2020. Leonel não escondeu a satisfação e a honra que sentiu. “Foi uma surpresa (…) fiquei sem reação. Este pavilhão é espetacular para os miúdos, tem umas excelentes condições. Estou muito agradecido com esta homenagem”, referiu, então, ao Seixal Boletim Municipal.
O homem, porém, é mais do que o atleta. E aqui Leonel Fernandes também foi um campeão durante toda a sua vida. É que craques existem muitos. Campeões, também. Mas quem teve o privilégio de privar com Leonel sabe que tinha uma dimensão humana inigualável! Uma humildade ímpar! Por isso, custa ainda mais ver partir esta lenda e amigo sincero. Estamos todos tristes.
À família enlutada, os nossos sentimentos.